Dois professores do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdades Pequeno Príncipe (FPP) e pesquisadores do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP) foram contemplados com a Bolsa de Produtividade em Pesquisa pela Chamada Pública 23/2023 da Fundação Araucária. Claudia Sirlene de Oliveira e Cleber Machado de Souza tiveram seus projetos selecionados, destacando-se pela relevância e pelo potencial impacto na área de ciências da saúde. A bolsa, com duração de dois anos, visa incentivar pesquisas que promovam avanços científicos e tecnológicos essenciais para o estado do Paraná e que estejam alinhadas aos objetivos de desenvolvimento e inovação nacional.
“Estamos muito contentes com o reconhecimento do nosso trabalho e com o impacto que ele pode ter na saúde e na ciência”, afirma Cleber Machado de Souza, cujo projeto “Análise de Biomarcadores Moleculares em Sarcoma de Ewing” explora novas formas de diagnóstico precoce e tratamento desse tumor ósseo agressivo, comum em crianças e adolescentes. “Nossa meta é identificar biomarcadores que ajudem a detectar, o mais cedo possível, pacientes com maior risco de evolução do sarcoma, o que pode fazer uma enorme diferença no prognóstico e nas possibilidades de tratamento desses jovens.”
Para facilitar o diagnóstico precoce, o estudo conta com amostras de tecidos coletadas de 55 pacientes que tiveram biópsias e tratamentos para o sarcoma. Essas amostras serão analisadas em laboratório para identificar alterações em genes, microRNAs e outras moléculas relacionadas às rotas de desenvolvimento do câncer, como a sinalização e o ciclo celular. “Esperamos que esses biomarcadores moleculares ofereçam novas ferramentas para a medicina e ajudem a salvar vidas, além de impulsionar a ciência brasileira em uma área crítica”, acrescenta Cleber.
Já o projeto de Claudia Sirlene de Oliveira explora os efeitos de compostos químicos utilizados na formulação de vacinas. “Nossa pesquisa busca entender os efeitos do timerosal e do hidróxido de alumínio in vitro, para isso utilizaremos células derivadas dos sistemas nervoso, renal, hepático e imunológico”, informa a pesquisadora.
O estudo examina como esses componentes podem afetar diferentes processos celulares, por meio de parâmetros como viabilidade celular, necrose, apoptose (a célula, quando programada para ser destruída, ativa enzimas que degradam seu DNA e suas proteínas nucleares e citoplasmáticas), espécies reativas de oxigênio, potencial de membrana mitocondrial, genotoxicidade e marcadores de inflamação. O objetivo é fornecer uma base científica sólida para apoiar decisões sobre o uso seguro desses compostos em produtos de saúde.
Além dos projetos aprovados, o estudo de Izonete Cristina Guiloski, também docente da Pós-Graduação stricto sensu FPP, que investiga os efeitos de herbicidas em células intestinais humanas e no intestino de zebrafish, recebeu menção honrosa da Fundação Araucária. Esse reconhecimento revela a importância de pesquisas voltadas à toxicidade ambiental e seus efeitos na saúde.
O trabalho de Izonete analisa especificamente a mistura de dois herbicidas amplamente usados na agricultura – o Dicamba e o 2,4-D –, avaliando seu impacto em células intestinais humanas e em organismos-modelo. Esse estudo se destaca pelo potencial de contribuir para regulamentações que busquem minimizar riscos à saúde humana, especialmente em áreas onde o uso desses herbicidas é intenso.